Em defesa do voto nulo no Tocantins

Muitos se questionam se é certo votar nulo, ou se haveria alguma implicação prática, quando não encontramos, no momento eleitoral, nenhuma opção de escolha, ou quando percebemos como o jogo político-partidário- eleitoral está seriamente comprometido, além de permeado por cartas marcadas e decisões quase que pré-definidas, restando muito pouco a se discutir.

Do ponto de vista jurídico, ou seja, de cima para baixo, talvez haja poucos efeitos no curto prazo, e não há lei alguma que determine novas eleições com novos candidatos, ou algo parecido.

Por outro lado, apenas como um ato isolado de revolta, talvez tenha poucas conseqüências, a não ser o fato de uma expressão legítima de liberdade e expressão, a qual todo o cidadão tem pleno direito.

Mas como um movimento político, ou seja, de baixo para cima, ou um ato de protesto articulado, sem dúvida há importantes implicações sócio-políticas.

Primeiro, porque enfraquece a legitimidade do eventual candidato vencedor, sendo que este, no mínimo, não poderá argumentar que representa, de fato, a “vontade do povo”.

Segundo, porque há uma sinalização, comunicativa e histórica, entre as pessoas, que a insatisfação e a rejeição são generalizados, logo, é um momento de criação de uma nova identidade coletiva.

Terceiro, porque numa perspectiva de movimento, de luta política, há também uma clara sinalização que clama por novas lideranças, que vem a convidar novos participantes e projetos a entrarem na vida política partidária.

Quarto, porque pressiona e questionada, de forma incisiva, o próprio processo político eleitoral e partidário, que não esgota a soberania do povo, apesar de o estar pautando e amesquinhando.

Um expressivo percentual de votos nulos, ou uma tendência crescente desses votos em várias eleições, sem dúvida indica ou mesmo denuncia, do ponto de vista da soberania popular, que este processo político, que inclui os partidos, seus participantes e suas práticas, já não são aceitos e estão se esgotando, logo, mudanças concretas são exigidas...

Por isso, o voto nulo, acompanhado do diálogo, debate e envolvimento dos insatisfeitos com a nossa democracia representativa, é uma força importante ou até necessário para o povo recuperar o controle sobre o seu destino, controle este perdido para uma suposta elite dirigente e política.

Logo, se você não concorda com nenhum dos candidatos, não aceita o atual processo político, discorda da forma de encaminhar as campanhas e não pactua com os grupos dirigentes, vote nulo, dê uma nota 00 (um duplo zero) ao status quo!

Comments (5)

Eu, prof. Edi Augusto Benini, apoio este texto, e declaro que voteria nulo para o cargo de governador do Tocantins, por não me sentir representado em nenhuma das opções apresentadas.

Assino o manifesto e apoio o movimento!

Este comentário foi removido pelo autor.

O voto nulo é o maior ato de exercício da democracia que uma sociedade pode promover. Votar nulo é pedir mudança. Tanto das propostas como dos candidatos. É dar um basta a esse discurso pronto. Aos candidatos que mais parecem produtos de supermercado, com direito a estratégia de marketing e tudo o mais. Não dá mais para acreditar no modelo terno, gravata e sorriso plastificado. As eleições mais parecem um circo. Uma ofensa á inteligência do cidadão.

eu voto tiririca pior não fica!! (aff , a que ponto nós chegamos BRASIL, TOCANTINS, PALMAS?!!!) MEU VOTO É NULO!!!!

Eu Monise Kéllen, aluna do curso de Pedagogia da UFT, apoio este manifesto "Em defesa do voto nulo no Tocantins"!!

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